terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Vídeos sobre Dom Cappio e a Transposição do São Francisco. Lula arrogante "venceu" mas a Luta Continua!

Amigos e amigas,

A transposição do Rio São Francisco, colocada na ordem do dia como a solução do problema da seca no Nordeste, além de preceder de maiores estudos acerca de sua viabilidade do ponto de vista ambiental em verdade não resolverá o problema do sertanejo com a falta da água.

Do volume de águas a serem transpostas, apenas 4% serão destinadas ao consumo humano. O grosso visa atender o interesse exportador do agronegócio brasileiro e os caprichos messiânicos de um homem que um dia metarlúgico se converteu num dos mais odiosos dos políticos populistas brasileiros.

Abaixo trago ao conhecimento de todos um artigo de V. Arcary e outro de C. Bejaminm sobre o tema.
Interessantes e importantes leituras, sendo que ainda sugiro que assistam o vídeo abaixo com Letícia Sabatella em

http://www.youtube.com/watch?v=1xPFlkPsU9Q&eurl=http://blogmolotov.blogspot.com/

Por fim, peço a todos que divulguem em seus jornais, blogs, etc a presente msg, ou, simplesment a a repassem para o maior número de pessoas possível.

A vida de Cappio depende deste simples gesto.

Adriano Espíndola

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Dom Cappio testemunha Cristo na luta pelo São Francisco

Pelo regional NE III
Carta aberta ao Caríssimo irmão Dom Cappio

DD. Bispo da Barra. Ba
Jesus, voluntariamente, aceitou morrer na cruz porque sabia que, deste seu gesto de entrega a Deus, traria vida plena para toda a humanidade. Também V. Exa. tendo Jesus como modelo de amor ao próximo, iluminado pela fé, aceita fazer este jejum prolongado, rogando a Deus que impulsione o povo e as autoridades de nossa pátria para que assumam uma decisão concreta visando a revitalização do Rio São Francisco.
Você, irmão Bispo, como o maior perito (ou um dos maiores) em Rio São Francisco, tem autoridade moral para exigir esta revitalização.
Sabe-se que do seu barraco, montado às margens deste rio, durante décadas, você aprendeu a ver e a ouvir o pulsar de suas águas. Desta sua convivência diuturna, você percebeu logo que o velho Chico estava sendo ameaçado por um processo lento e progressivo de morte. Embora a causa deste processo fosse óbvia, você quis conhecê-la, pessoalmente. Por isto mesmo empreendeu aquela histórica caminhada, partindo, a pé, de suas nascentes até o seu encontro com o mar. Você viu, sentiu, rezou e quase chorou ao ver que toneladas de areia, por falta da mata ciliar, vão sendo carreadas para o leito do rio. Você viu, sentiu, rezou e quase chorou constatando que suas margens vão se alargando e o seu leito se elevando, deixando entrever que este dom de Deus para o Nordeste, vai, possivelmente, tornar-se um rio temporário, deixando de correr, exatamente durante as secas prolongadas, no tempo em que o povo mais precisa de suas águas.
O velho Chico pode ser comparado àquela mãe de milhares de filhos e que a todos deve sustentar, através da doação do seu próprio sangue. Acontece, porém, que esta mãe, atingida por uma grave doença, no começo imperceptível, vai ficando anêmica e, por isto mesmo, chegará o momento em que não terá mais condições de doar seu sangue. Um dos filhos, porém, o mais inteligente, aquele que se deixa mover unicamente pelo amor, percebendo a possibilidade de uma tragédia, promove um movimento visando a sua cura e a sua reabilitação. A maioria dos outros filhos, porém, insensíveis diante da ameaçada calamidade, movidos unicamente por interesses pessoais, não querem perceber a doença da própria mãe, mas, pelo contrário, exigem que ela continue doando sangue não só para si próprios, mas para outros que se tornarão filhos adotivos. As conseqüências são obvias: a mãe vai morrer e todos os filhos ficarão sem receber o sangue da vida.
O filho inteligente, aquele que se move unicamente pelo amor, continua lutando, denunciando, clareando, e chega a lançar mão de um meio heróico. Sujeita-se a um prolongado jejum, não para atrair a atenção sobre si mesmo, mas como uma oração que tocará o coração de Deus. E Deus que é Pai criará condições para que os outros deixem de ser turrões e egoístas e consintam que a mãe passe por um tratamento adequado afim de se reabilitar e se sentir forte para continuar sustentando os milhares de filhos e outros que se tornarão adotivos.
Caro irmão Dom Cappio, soube que houve pessoas importantes que caçoaram de sua heróica e sincera atitude. Sei que você já as perdoou. Una seus sofrimentos aos de Cristo. ELE é o seu modelo de vida. Jesus também, no seu julgamento, foi caçoado por Herodes. (Luc. 23, 11)
Para você o meu abraço e a certeza de minhas orações.Em Jesus e Maria

domingo, 16 de dezembro de 2007

MINISTÉRIO PÚBLICO RECEBE REPRESENTAÇÃO CONTRA A CANA NO PERÍMETRO URBANO

Foi protocolado dia 13 de dezembro-2007 no Ministério Público junto ao Promotor do Meio Ambiente Emanuel Carapunarla, representação popular. Assunto:
Pelo Cumprimento do Plano Diretor que Proíbe o Plantio de Monocultura, especialmente da Cana de Açúcar no Perímetro Urbano do Município de Uberaba (Cidade de Uberaba, Áreas de Desenvolvimento: Peirópolis, Ponte Alta, Baixa, Capelinha do Barreiro, São Basílio, Santa Fé, Parque do Café, Santa Rosa, Chácaras Praia do Rio Claro; Eixos de Desenvolvimento / Rodovias BR-050 e 262 / trechos, com faixas de transição de 1000 metros, 500 em cada margem e Avenida Filomena Cartafina, com área de transição de 2000 metros, 1000 em cada margem); Distritos Industriais; Diretrizes para a Macrozona de Transição Urbana; Sítios Paleontológicos, Históricos, Científicos e Culturais; e Cumprimento da Lei Orgânica do Município de Uberaba, que estabelece o limite de 10% do total da área do município para o plantio da cana-de-açúcar.

O documento conta com aproximadamente 300 assinaturas recolhidas em Escolas de Ensino Médio e Superior, no Comércio de Uberaba e entre pessoas da comunidade que aderiram ao Movimento, além da colaboração dos advogados Adriano Espíndola e Juliana De Pádua, que estão acompanhando o processo.
São esses os pedidos, baseados na LEI DO PLANO DIRETOR E LEI ORGÂNICA:
a) Seja imediatamente cessada a prática de monocultura no perímetro urbano do Município de Uberaba, em especial da cultura de cana-de-açúcar, com a supressão imediata de toda e qualquer lavoura irregular;
b) Sejam suspensas imediatamente as atividades das Usinas e outros empreendimentos econômicos que venham a insistir na prática ilegal apontada na alínea anterior;
c) Seja determinada às Usinas instaladas no município de Uberaba e nos municípios vizinhos que se abstenham de cultivar cana no perímetro urbano do Município, ou se valer para a fabricação de açúcar e/ou álcool de cana plantada na área urbana por terceiros;
d) Seja determinada ao Município de Uberaba a fiscalização das Usinas de Uberaba e dos produtores rurais, com o fito de se coibir o plantio de cana-de-açúcar no perímetro urbano do município;
e) Seja proibida o aumento da área de plantio de cana no município de Uberaba, com a suspensão da tramitação de qualquer projeto neste sentido eventualmente apresentado na Câmara Municipal de Uberaba;
f) Sejam adotadas as demais medidas que V. Exa. julgar pertinentes.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

QUANDO EU ERA MENINA

ELIANA R. da C. MIRANZI

Quando eu era menina, meu pai tinha uma fazenda. Lá pelos lados do Prata, região bonita, verde, cheia de vida, com suas serrinhas e belas propriedades rurais. Para ir até lá, passávamos por Campo Florido e a viagem era longa, no sentir de uma menina. Muita curva na estrada de terra, muita ponte de madeira, pastagens...
O sentimento que tenho ao lembrar-me das idas para a fazenda é de algo muito, muito gostoso. Eu adorava chegar naquele lugar, com sua entrada bordejada de palmeiras (acho que eram guarirobas...), dando ao final da estradinha com a antiga e bela casa da sede, da qual guardo com carinho uma foto. Os jardins, o pomar, (que ninguém chamava de pomar, mas sim de quintal), cheio de frutas, a horta, antigos e queridos empregados, que nos mimavam e tinham uma lealdade incompreensível aos dias de hoje. O barulho do gado no curral, cavalos, o carro de bois, a labuta do cotidiano numa fazenda de antigamente... Enfim, saudades. Muitas saudades do lugar, das pessoas, dos cheiros, da natureza generosa e bela que nos cercava. O ciclo natural da vida se cumpria, e sempre se podia contar com “o tempo das goiabas, o tempo das mangas, a época da chuva, a estiagem”, etc. Havia um maior respeito pela natureza. Um, como que maior, temor.
As pessoas se vão, os lugares trocam de donos, a vida passa, as coisas mudam. Mas por que pensar e falar nisso, assim, de uma hora para outra?
Pelo sentimento que ando tendo ao sair da cidade e observar como estão nossos campos hoje. Nossa zona rural. As fazendas, onde estão? Tenho dificuldade em reconhecer os locais. Sinto-me perdida em estradas e caminhos que me eram tão familiares. Pois onde vou, só vejo cana. Nada mais que cana, cana, cana. As pastagens naturais, as roças, as capoeiras e varjões, as queridas árvores retorcidas do nosso cerrado, elas simplesmente desapareceram. Não consigo entender ou reconhecer mais a paisagem da região onde nasci e onde vivo. Fico literalmente perdida, confusa. Mudaram o lugar ou fui eu quem mudou?
Não sei. Só sei que uma das coisas mais chocantes que ando constatando é que fizeram desaparecer também nossa maior riqueza natural, nosso berçário de vida aqui do cerrado, nossa preciosíssima jóia, insubstituível: as lindíssimas veredas de buritis, locais em que havia sempre olhos d’água, minas, nascentes. Justamente quando o mundo inteiro grita pela falta de água, tenta conscientizar as pessoas para que cuidem de suas águas, não desperdicem, aqui tratam de acabar ligeirinho com nossas nascentes. Veredas de buritis. Fontes de vida. Até Guimarães Rosa, nosso ilustre mineiro, as destacou mais de uma vez em seus livros. E alguém se põe a fazê-las desaparecer. Sumir do mapa. Morrer.
Mas quem é ou quem são estas pessoas que, com seus enormes tratores, da noite para o dia, conseguem realizar crimes tão brutais? Sim, crimes, contra o meio ambiente, contra a vida de enorme e inestimável número de espécies de plantas e animais que só nas queridas veredas poderiam continuar existindo. Esta gente não pode ser filha daqui, não se cospe no chão de nossos antepassados. Esta gente não pode ter estudado, freqüentado boas escolas, ter tido uma formação moral decente. São bárbaros, invasores que chegam como chegavam os vândalos da idade média, a saquear, destruir e depois ir embora. Esta gente que sai por aí, destruindo tudo o que encontra, na certeza de que lucrarão com a cana virando álcool, para ser vendida aos gringos, só pensando nos lucros, esses criminosos terão, (além de uma enorme decepção quanto aos lucros), de carregar o pesado fardo da culpa, quando, daqui a bem pouco tempo puderem constatar a enormidade do crime que cometeram. E espero que tenham também algum remédio muito bom contra os pesadelos que os assombrarão noite após noite, sem descanso. Pois remédio para a natureza, este, eles, iletrados e idiotas que são, não conseguirão inventar.

Eliana Rodrigues da Cunha Miranzi é mãe, avó, professora e participante dos passeios “O tatu vai a pé”.

UBERABA: TERRA DO PECADO?

Os sons na janela pareciam os de pedras sendo atiradas. O vento enlouquecido prenunciava a tempestade que não tardaria. Estrondos vinham do céu; raios intermináveis caíam sobre a cidade. No meio da madrugada um pesadelo se materializava. Parecia um “castigo”, um aviso, vindo da Natureza, ou do Criador, apunhalados por aquelas mãos humanas que tudo destroem em nome do poder e do dinheiro.
“- É o sinal dos tempos”, diriam uns, “- O prenúncio do Apocalipse”, diriam outros.
No dia mais quente do ano (ao menos em sensação), talvez, o céu tomou-se de trovões e relâmpagos. Impossível dormir em paz e sereno. Presto atenção no que parece dizer a Natureza e o Criador: “- Uberaba está em Pecado!!!”.
Os valores espirituais e morais de nossa terra estão sendo maculados. Jesus já dizia que o céu e o inferno está dentro de nós. Porém, uma “satanização” parece pairar sobre Uberaba:
a corrupção se espalha como vírus, a ganância e o lucro “fácil” definitivamente não mais medem conseqüências. É o leite adulterado e contaminado; é o prefeito e seu secretário réus do mensalão; é a saúde que vira caso de polícia; é o juiz que decreta prisão do prefeito; é a polícia acuada e constrangida; é vereador que se esconde debaixo das “barbas do poder”.
“- Uberaba está em pecado!!!”, parece dizer na tempestade a voz de Deus e da Natureza.
Nossa dignidade está ferida, nossa esperança está manchada. Que nossos filhos perdoem aqueles que maculam a terra de Nossa Senhora da Abadia, a terra de Chico Xavier, dos Pastores, Pais de Santo, de Dom Benedito e Monsenhor Juvenal Arduini, Dona Aparecida do Hospital do Pênfigo, Antusa, dos Dominicanos, Carmelitas, Franciscanos... enfim, que Deus nos perdoe por termos “entregue” Uberaba em mãos “satânicas”, em mãos que maculam o “Nome do Pai”, indignas de fazer “o sinal da cruz”. Porém, como dizia Jesus: “Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou.”
“Lobos em pele de cordeiros”. “Desenvolvimento ecologicamente correto” enterrado nas covas anônimas e noturnas dos canaviais que escondem cadáveres de árvores e animais inocentes; que incendeiam nossas matas e nosso ar, nos sufocam e nos cozinham literalmente, como sapos dentro de uma panela que aos poucos se aquece, até ferver – bem que Al Gore nos avisou sobre esse “aquecimento global” local, que nos “acostumaríamos” com esse calor “infernal”, até que alguém nos “resgatasse” ou acordássemos para a realidade que nos cerca... e rezar para que não seja tarde demais - .
A tempestade se desvanece. O calor porém, continua intermitente. Mas os novos “barões” da terra se refugiam em suas mansões climatizadas, alheios ao que acontece do lado de fora, e sonham, decerto, sem remorso, hipnotizados pelo “Poder do Império” que agora revivem, não mais com a “coroa” ou o “chicote da escravidão”, mas com a soberba dos decretos, leis delegadas, fórmulas químicas da fortuna fácil, e o medo que subjuga, nas mesmas terras do “Brasil Colônia” da cana de açúcar que os “Senhores de Engenho”, agora renascidos, continuam a “escravizar” e a mandarem na “Coroa” destituída em “República”, avalizando “legalmente” a opressão e o escárnio de seus atos e corações impuros, nas terras onde corriam “o leite (não contaminado) e o mel (que infelizmente substituímos pelo açúcar branqueado pela soda)”.
Qual será a “penitência” de Uberaba Senhor, para que “não nos deixeis cair em tentação, e livrai-nos de todo mal?” (escrito na madrugada do dia 30 de outubro)

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

TATU VAI À PÉ: equilíbrio físico e mental junto com a natureza

O projeto iniciou suas atividades em junho de 2006 com o propósito de reunir pessoas que tinham interesse num mesmo objetivo: utilizar o contato com o meio ambiente natural para equilibrar o desgaste físico e mental que o dia-a-dia nos impõe.
Para isto, a coordenadora e idealizadora do projeto, Mirna Miranda, procurou a Secretaria de Agricultura para conseguir o contato com os fazendeiros da nossa região que tivessem interesse de receber este grupo que passaria o dia em suas propriedades.
"Num primeiro momento foram cinco os interessados e hoje já contamos com oito propriedades".
O trabalho de pesquisa evoluiu e o projeto se tornou um Trabalho de Conclusão de Curso(TCC) em uma formação de Artes Corporais Chinesas que Mirna Miranda concluiu em maio de 2007, em São Paulo.
Por isso, esta proposta está fundamentada nas teorias da MTC (Medicina Tradicional Chinesa), pois esta é a área de atuação profissional da terapeuta e educadora Mirna Miranda desde 1987. Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água, daí o nome Cinco Elementos.
O contato do homem com a natureza sempre foi compreendido pelos chineses antigos de uma forma que hoje, nós ocidentais, entendemos melhor e com maior facilidade.
Eles dizem que: "tudo que acontece na natureza tem uma ressonância no homem e vice-versa, porque na verdade, somos regidos pelas mesmas leis cósmicas. O homem é o cosmo em miniatura e participa, por sua natureza, de todo acontecimento macrocósmico".
Na prática seria fácil identificar isto, pois muitas pessoas reconhecem o quanto se sentem bem em contato com a natureza e muitas vezes nem sabem porque.
Na verdade, desta forma, estamos "em casa" quando ficamos despreocupados e com "permissão" de estarmos à toa, sem fazer nada, olhando para o céu, escutando os pássaros ou o barulho das águas de um rio ou de uma cachoeira.