sexta-feira, 16 de novembro de 2007

UBERABA: TERRA DO PECADO?

Os sons na janela pareciam os de pedras sendo atiradas. O vento enlouquecido prenunciava a tempestade que não tardaria. Estrondos vinham do céu; raios intermináveis caíam sobre a cidade. No meio da madrugada um pesadelo se materializava. Parecia um “castigo”, um aviso, vindo da Natureza, ou do Criador, apunhalados por aquelas mãos humanas que tudo destroem em nome do poder e do dinheiro.
“- É o sinal dos tempos”, diriam uns, “- O prenúncio do Apocalipse”, diriam outros.
No dia mais quente do ano (ao menos em sensação), talvez, o céu tomou-se de trovões e relâmpagos. Impossível dormir em paz e sereno. Presto atenção no que parece dizer a Natureza e o Criador: “- Uberaba está em Pecado!!!”.
Os valores espirituais e morais de nossa terra estão sendo maculados. Jesus já dizia que o céu e o inferno está dentro de nós. Porém, uma “satanização” parece pairar sobre Uberaba:
a corrupção se espalha como vírus, a ganância e o lucro “fácil” definitivamente não mais medem conseqüências. É o leite adulterado e contaminado; é o prefeito e seu secretário réus do mensalão; é a saúde que vira caso de polícia; é o juiz que decreta prisão do prefeito; é a polícia acuada e constrangida; é vereador que se esconde debaixo das “barbas do poder”.
“- Uberaba está em pecado!!!”, parece dizer na tempestade a voz de Deus e da Natureza.
Nossa dignidade está ferida, nossa esperança está manchada. Que nossos filhos perdoem aqueles que maculam a terra de Nossa Senhora da Abadia, a terra de Chico Xavier, dos Pastores, Pais de Santo, de Dom Benedito e Monsenhor Juvenal Arduini, Dona Aparecida do Hospital do Pênfigo, Antusa, dos Dominicanos, Carmelitas, Franciscanos... enfim, que Deus nos perdoe por termos “entregue” Uberaba em mãos “satânicas”, em mãos que maculam o “Nome do Pai”, indignas de fazer “o sinal da cruz”. Porém, como dizia Jesus: “Arrancada será toda planta que meu Pai celestial não plantou.”
“Lobos em pele de cordeiros”. “Desenvolvimento ecologicamente correto” enterrado nas covas anônimas e noturnas dos canaviais que escondem cadáveres de árvores e animais inocentes; que incendeiam nossas matas e nosso ar, nos sufocam e nos cozinham literalmente, como sapos dentro de uma panela que aos poucos se aquece, até ferver – bem que Al Gore nos avisou sobre esse “aquecimento global” local, que nos “acostumaríamos” com esse calor “infernal”, até que alguém nos “resgatasse” ou acordássemos para a realidade que nos cerca... e rezar para que não seja tarde demais - .
A tempestade se desvanece. O calor porém, continua intermitente. Mas os novos “barões” da terra se refugiam em suas mansões climatizadas, alheios ao que acontece do lado de fora, e sonham, decerto, sem remorso, hipnotizados pelo “Poder do Império” que agora revivem, não mais com a “coroa” ou o “chicote da escravidão”, mas com a soberba dos decretos, leis delegadas, fórmulas químicas da fortuna fácil, e o medo que subjuga, nas mesmas terras do “Brasil Colônia” da cana de açúcar que os “Senhores de Engenho”, agora renascidos, continuam a “escravizar” e a mandarem na “Coroa” destituída em “República”, avalizando “legalmente” a opressão e o escárnio de seus atos e corações impuros, nas terras onde corriam “o leite (não contaminado) e o mel (que infelizmente substituímos pelo açúcar branqueado pela soda)”.
Qual será a “penitência” de Uberaba Senhor, para que “não nos deixeis cair em tentação, e livrai-nos de todo mal?” (escrito na madrugada do dia 30 de outubro)

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